17 julho 2011

À conversa com o novo treinador João Almeida


João Almeida é desde Junho o novo treinador do nosso clube. Fica uma breve entrevista neste seu arranque.
UE - Como foi para si analisar o convite para liderar a nossa equipa feminina?
JA - O Unidos da Estação é, neste momento, uma referência ao nível nacional no Futsal Feminino e nesse sentido penso que é um projecto bastante aliciante para integrar e tentar dar o meu contributo. É sempre bom para qualquer treinador trabalhar com equipas de qualidade,e esta é, sem dúvida, uma equipa com bastante.

UE - É a 1ª vez que vai treinar uma equipa feminina. Há alguma diferença em termos de desafio comparando com equipas masculinas?
JA - Em todas as equipas, quer sejam masculinas ou femininas, estamos sujeitos a desafios diferentes, pois os atletas são diferentes, a estrutura dos clubes é diferente. Não penso que seja um desafio maior por ser uma equipa feminina, mas sim um desafio diferente.

UE - Quais os objectivos que vai ter em mente no planeamento da época?
JA- Os objectivos competitivos desta equipa terão que ser, face ao passado recente, a conquista de todas as competições distritais em que iremos estar inseridos. Iremos trabalhar para que tal seja possível. A conquista do campeonato distrital assumirá um papel muito importante no que respeita aos objectivos competitivos, pois permitirá o acesso à Taça Nacional Feminina, competição onde o clube tem marcado presença nos últimos anos. Caso o consigamos, traçaremos os objectivos para a mesma, pois para já é ainda prematuro estar a pensar neles uma vez que primeiro teremos que garantir o acesso à competição.

Outra componente em termos de objectivos será a de evolução ao nível individual e colectivo. Apesar de, neste campo, a fasquia estar já bastante elevada, penso que todos iremos evoluir, atletas e equipa técnica, de forma a melhorar a qualidade e os processos do jogo.

Dentro disto, tentaremos construir uma equipa competitiva, com mentalidade de vencer.

UE - Já teve contacto com o grupo de trabalho. Em traços gerais, qual a sua opinião sobre a equipa?
JA - Já conhecia a maioria das atletas e já trabalhei com algumas na Selecção Distrital de Viseu. Este contacto que tive com o grupo apenas veio reforçar a ideia que já tinha. É um grupo com bastante qualidade individual e colectiva, com vontade de aprender e trabalhar.

UE - Fazendo a ligação para o Futsal Feminino em Portugal, o que pensa do momento actual?
JA - Nos últimos anos, a modalidade Futsal tem vindo a evoluir cada vez mais. Isto prende-se com a formação específica na modalidade de novos atletas, com o aumento da qualidade e do conhecimento de novos treinadores. O futsal feminino confirma isso mesmo e poderemos constatar isso observando alguns jogos da Taça Nacional Feminina que já apresentam uma qualidade técnica e táctica muito elevada. O aumento de equipas e de atletas femininos vem potenciar isso mesmo.

UE - Qual a sua opinião quanto ao actual quadro competitivo nacional no feminino? É da opinião que é essencial a rápida criação de 1 campeonato nacional ou, tendo em conta a crise que o país e o desporto vai vivendo, que a Taça Nacional ainda poderá servir, mas com reformulações?
JA - Na minha opinião, o actual quadro competitivo nacional feminino não é o mais adequado. A criação de um Campeonato Nacional aumentaria bastante a qualidade das equipas que o integrassem, pois a competitividade seria maior, com jogos de qualidade mais equitativa e durante toda a época e não apenas em 2 meses, que é o que acontece no actual quadro com a disputa da Taça Nacional. Desta forma, a modalidade neste escalão teria condições para uma evolução mais rápida. Em todas as modalidades, o patamar mais elevado é um campeonato Nacional e, se compararmos com o Futebol Feminino, modalidade que está sob a tutela da Federação Portuguesa de Futebol, tal como o Futsal, possui um Campeonato Nacional apesar de o número de equipas de atletas ser inferior relativamente ao Futsal. Quando me pergunta de a crise poderá também ter influência, respondo-lhe que certamente terá. Mas este é um fenómeno que abarca o desporto em geral, e não apenas o Futsal Feminino, e não é por isso que as outras modalidades deixam de ter um Campeonato Nacional. Cabe aos clubes reflectirem sobre o assunto e proporem à FPF medidas que possam minimizar o impacto da crise financeira, como por exemplo o número de equipas constituintes ou a criação de 2 zonas, caso seja realmente do interesse dos mesmo a criação do Campeonato Nacional.

UE - A Selecção Nacional Feminina de Futsal teve já um primeiro regresso após tantos anos de inactividade. O que pensa sobre esse assunto? E teremos dentro do nosso plantel potencialidade a serem alvo de futuras convocatórias?
JA - A Selecção Nacional Feminina de Futsal é indispensável. Felizmente os actuais responsáveis federativos entenderam “reactivá-la” após um interregno de vários anos. Todo o atleta que pratica uma modalidade tem a ambição de um dia poder representar o seu país. Deve ser frustrante para uma atleta com valor não poder representar o seu país, na selecção da sua modalidade de eleição, apenas porque esta não existe, ainda mais com a expressão e qualidade que o Futsal Feminino apresenta.

Quanto à segunda questão, eu penso que existe no nosso plantel qualidade para futuras chamadas à selecção nacional, mas essa é uma escolha do seleccionador nacional e ele saberá, melhor que eu, quem deverá convocar, e sei que está atento ao potencial das atletas dos Unidos da Estação.

UE - Deixe umas palavras aos nossos sócios e simpatizantes.
JA - Que continuem a apoiar a equipa como o têm feito até a data. Eu tentarei representar e desempenhar as minhas funções neste Clube com o máximo de entrega e dedicação. Espero não desiludir as pessoas na Direcção que apostaram em mim. Iremos trabalhar para alcançar os objectivos que definimos, praticando um futsal competitivo e de qualidade.